Ações

A política é parte integrante da atividade dos designers, sendo esta, portanto, uma dimensão central do design de comunicação. Quer isto dizer que, o “design é, como tudo na vida, político” (Moura, 2008a, p. 36)1 porque, tal como Steven Heller e Michael Bierut defendem, todas as decisões do designer se concentram à volta da sociedade.


DIFERENTES VOZES

JAN VAN TOORN

Jan Van Toorn, ao descrever a crise refletida na atividade do designer de comunicação, defende que “agora que a esfera pública democrática desmoronou na inflação administrativa e académica impulsionada pelo lucro do clima neoliberal mundial, o pragmatismo otimista e a convicção na prestação de grandes serviços no design de comunicação, gerou uma atraente calma caracterizada pela falta de discurso” (2016, pp. 40, 41)2. Nota que, em mais de uma década, ainda é necessária uma mudança de pensamento no profissional, acrescentando que é urgente uma politização dos instrumentos de crítica. Afirma que é necessário “lutar contra os dualismos raivosos e o egocentrismo antagonista de um mundo em que quase tudo se torna ambíguo através de uma auto mistificação conceptual e estética como um impasse perigoso para a libertação e igualdade”; que “é tempo de aceitar a realidade como profissionais contra a correção atual: para projetos que, afastados da estética como ela é, lidam e contribuem novamente para a esfera pública face ao progresso e mudança social” (2016, p. 41)2.




1 Moura, M. (2008a). Alinhamento óptico. Em M. Moura, O Design em Tempos de Crise (pp. 35-36). Portugal: Braço de Ferro - arte & design.

2 Toorn, J. V. (2016). Operationalising the Means: Communication Design as Critical Practice. Em F. Laranjo, Modes of Criticism 2: Critique of Method (pp. 39-46). Portugal.

3 Blauvelt, A. (2006). Towards Critical Autonomy. Em M. Beirut, W. Drenttel, & S. H. (Eds), Looking Closer 5: Critical Writings on Graphic Design (pp. 8-11). New York: Allworth Press.

4 Mazé, R. (2009). Critical of What? Em M. Ericson, M. Frostner, Z. Kyes, S. Teleman, J. Williamsson, M. Ericson, M. Frostner, Z. Kyes, S. Teleman, & J. Williamsson (Edits.), Iaspis Forum on Design and Critical Practice: The Reader (pp. 389-408). Berlin: Sternberg Press.

5 Velden, D. V. (2006). Research & Destroy: Graphic Design as Investigation. Obtido em 15 de novembro de 2016, de Metropolism Magazine: http://www.metropolism.com/magazine/2006-no2/research-destroy/english?utm_source=designernews

6 Velden, D. v. (2011). What does it mean to design? Interview with Daniel van der Velden / Metahaven. Obtido em 02 de novembro de 2017, de That New Design Smell: http://thatnewdesignsmell.net/daniel-van-der-velden-explains-himself/

7 McCoy, K. (2003). Good Citizenship: Design as a Social and Political Force. Em S. Heller, & V. Vienne, Citizen Designer: perspectives on design responsibility (pp. 2-8). New York: Allworth Press.

8 Margolin, V. (2006). The Citizen Designer. Em M. Bierut, W. Drenttel, & S. Heller, Looking Closer 5: Critical Writings on Graphic Design (pp. 118-128). New York: Allworth Press.